Nos últimos anos só se falava em
crescimento no consumo e crédito facilitado. Tudo para girar a
economia e fazer o mercado se movimentar. No entanto, a data
comemorativa em 2015 tem um novo peso, o de não só explicar e guiar
a população em direção aos seus direitos no comércio, mas também
de ensinar que o consumo deve ser consciente e, consequentemente,
sustentável.
Em
um momento de incertezas no cenário econômico brasileiro, a atenção
do consumidor a seus gastos assumiu uma importância ainda maior.
Este é um momento em que não se deve, em hipótese alguma, gastar
mais que o salário ganho. Além disso, é importante saber muito bem
com o que está se gastando, facilitando assim os cortes dos
excessos, aconselha o economista Hipólito Martins Filho. “Corte
supérfluos, é fundamental comprar apenas o necessário, não o que
deseja.
Evite
qualquer consumo por impulso, prefira pagar à vista, opte por marcas
mais em conta e aproveite promoções. Além disso, invista em
produtos de durabilidade reconhecida. Quanto a alimentos, procure
sempre por produtos da época e evite sazonais, que são mais caros.”
O momento também é propício para dissipar a ideia de consumo
colaborativo, um conceito apoiado pela Proteste Associação de
Consumidores, que divulga amanhã a cartilha Guia da Vida
Colaborativa.
O
consumo colaborativo nada mais é do que bom senso, afirma a
associação. “Por exemplo: se um vizinho tem um carrinho de bebê,
com os filhos já criados, por que não trocá-lo ou doá-lo para
outro que será pai em alguns meses, se estiver em boas condições
de uso?” Partilhar produtos e serviços com outras pessoas facilita
a vida e dá acesso a bens que famílias de baixa renda não teriam.
Mesmo
quem tem dinheiro para adquirir o que necessita ganha com essa troca,
ao reduzir o descarte de produtos, os gastos com energia e água na
produção, a derrubada de árvores, ou seja, a degradação
ambiental. “Caronas, hospedagem, aulas de idiomas, feiras de
vestuário, calçados, brinquedos, games, equipamentos eletrônicos –
quase não há limite para o consumo colaborativo”, explica a
Proteste. “Esse é o futuro do consumo. As pessoas precisam ter uma
noção melhor do que e de como gastar.
Elas
precisam investir mais em serviços colaborativos e trocas de
produtos, aceitar essa nova abordagem de como é consumir, que pode
trazer muitos benefícios”, afirma Maria Inês Dolci, coordenadora
institucional da Proteste Associação de Consumidores. Em Rio Preto,
principalmente com a ajuda das redes sociais, cresce, cada vez mais,
grupos que estão interessados em praticar o desapego, trocar seus
produtos e até realizar doações para aqueles que precisam.
No
entanto, para a professora Gláucia Gomes, de 42 anos, adepta do
consumo consciente e colaborativo, o movimento ainda está muito
aquém do que poderia ser. “Ainda são poucos os grupos de pessoas
que estão praticando esse tipo de consumo, mas já é um início. Eu
acredito no consumo consciente e acredito que a gente pode mudar essa
ideia de consumismo exagerado da sociedade. Precisamos nos reeducar e
repassar isso para nossos filhos, amigos, vizinhos”.
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