terça-feira, 17 de março de 2015

Um novo modo de consumir

POSTED ON 16 DE MARÇO DE 2015 BY CLAIRE DUMAS




Nos últimos anos só se falava em crescimento no consumo e crédito facilitado. Tudo para girar a economia e fazer o mercado se movimentar. No entanto, a data comemorativa em 2015 tem um novo peso, o de não só explicar e guiar a população em direção aos seus direitos no comércio, mas também de ensinar que o consumo deve ser consciente e, consequentemente, sustentável.
Em um momento de incertezas no cenário econômico brasileiro, a atenção do consumidor a seus gastos assumiu uma importância ainda maior. Este é um momento em que não se deve, em hipótese alguma, gastar mais que o salário ganho. Além disso, é importante saber muito bem com o que está se gastando, facilitando assim os cortes dos excessos, aconselha o economista Hipólito Martins Filho. “Corte supérfluos, é fundamental comprar apenas o necessário, não o que deseja. 
Evite qualquer consumo por impulso, prefira pagar à vista, opte por marcas mais em conta e aproveite promoções. Além disso, invista em produtos de durabilidade reconhecida. Quanto a alimentos, procure sempre por produtos da época e evite sazonais, que são mais caros.” O momento também é propício para dissipar a ideia de consumo colaborativo, um conceito apoiado pela Proteste Associação de Consumidores, que divulga amanhã a cartilha Guia da Vida Colaborativa.
O consumo colaborativo nada mais é do que bom senso, afirma a associação. “Por exemplo: se um vizinho tem um carrinho de bebê, com os filhos já criados, por que não trocá-lo ou doá-lo para outro que será pai em alguns meses, se estiver em boas condições de uso?” Partilhar produtos e serviços com outras pessoas facilita a vida e dá acesso a bens que famílias de baixa renda não teriam.
Mesmo quem tem dinheiro para adquirir o que necessita ganha com essa troca, ao reduzir o descarte de produtos, os gastos com energia e água na produção, a derrubada de árvores, ou seja, a degradação ambiental. “Caronas, hospedagem, aulas de idiomas, feiras de vestuário, calçados, brinquedos, games, equipamentos eletrônicos – quase não há limite para o consumo colaborativo”, explica a Proteste. “Esse é o futuro do consumo. As pessoas precisam ter uma noção melhor do que e de como gastar.
Elas precisam investir mais em serviços colaborativos e trocas de produtos, aceitar essa nova abordagem de como é consumir, que pode trazer muitos benefícios”, afirma Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste Associação de Consumidores. Em Rio Preto, principalmente com a ajuda das redes sociais, cresce, cada vez mais, grupos que estão interessados em praticar o desapego, trocar seus produtos e até realizar doações para aqueles que precisam.
No entanto, para a professora Gláucia Gomes, de 42 anos, adepta do consumo consciente e colaborativo, o movimento ainda está muito aquém do que poderia ser. “Ainda são poucos os grupos de pessoas que estão praticando esse tipo de consumo, mas já é um início. Eu acredito no consumo consciente e acredito que a gente pode mudar essa ideia de consumismo exagerado da sociedade. Precisamos nos reeducar e repassar isso para nossos filhos, amigos, vizinhos”.

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